Não foi apenas uma vez que me foi sugerido ter mais cuidado com as “dicas” e ensinamentos que escrevo aqui. Segundo quem sugere, dizer coisas como “come apenas quando tiveres fome”, “pára de comer quando te sentires satisfeito”, “é okay saltares refeições”, “ingere mais alimentos”, “evita ao máximo produtos industrializados” ou “existem evidências científicas sobre o assunto”, são afirmações que podem induzir pessoas a severos transtornos alimentares, erros de interpretação e consequentes quadros de desnutrição e riscos à saúde. 🤔
Antes de discorrer sobre, devo dizer que trata-se de um tempo triste para se viver. Digo isto pela hipocrisia: temos infinitamente mais casos de diabetes tipo 2 e esteatose hepática não alcoólica (doenças EXCLUSIVAMENTE causadas pelo estilo de vida) do que casos de desnutrição por diminuir o consumo de pães, bolachas, massas e bolos. Mas nem por isso há guarda para alertar sobre esse real risco. Não há manifestação contra a grande indústria do açúcar, não se cria perfil nas redes sociais para alertar a cerca de comida que não é comida, e nem há revolta contra a publicidade desleal feita diretamente para crianças. O terror gera-se se alguém sugere que uma alimentação deverá ser baseada em hortícolas, leguminosas, fruta, oleaginosas e azeite, com apenas algumas exceções que justifiquem a regra.
Se o surgimento de eletricidade em Portugal data 1878, significa que no máximo existe há 200 anos (esquecendo que só muitos anos após, toda a população teve acesso). Concordas que existindo o ser humano há milhares de anos no planeta, se possa considerar a indústria alimentar como recente na nossa história? Assim, o que hoje é considerado “normal” por muitos, não foi normal durante milhares de anos. 😉
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